Santa Maria della Salute em Veneza, a Basílica erguida em agradecimento pelo fim da peste
A Basílica de Santa Maria della Salute em Veneza reina imponente no Grand Canal há mais de trezentos anos.
A igreja barroca de cúpula majestosa foi erguida como agradecimento à Mãe de Deus por preservar a cidade da peste bubônica no século XVII.
A obra dessa belíssima igreja começou em 1º de abril de 1631 e a consagração aconteceu apenas 50 anos depois, em 9 de novembro de 1687.
O local escolhido para a construção fica perto da ponta da alfândega, de onde a igreja pode ser vista de vários locais da cidade.
A Basílica de Santa Maria da Saúde é também a igreja do Seminário de Veneza e não é raro presenciar o organista ensaiando no instrumento do final do século XVIII para deixar a visita ainda mais especial.
Nesse post mostramos a beleza dessa igreja que você deve visitar em Veneza.
A Basílica de Santa Maria della Salute em Veneza por fora
Foi o arquiteto Baldassarre Longhena que ganhou o concurso para o projeto de Santa Maria della Salute.
Sobre sua obra, ele disse:
“Formei uma igreja em forma de rotunda, uma obra de nova invenção, e nunca construí uma canção de ninar em Venetia, uma obra muito digna e desejada por muitos (…) que Deus Abençoado me emprestou para fazê-la em forma redonda, sendo em forma de Coroa para ser dedicada à Virgem”.
Uma imponente escadaria em frente ao Grande Canal leva até a entrada da Basílica.
Mas é a cúpula dupla que se destaca.
No topo da cúpula principal está a estátua da Virgem com o bastão da Capitania do Mar.
Uma série de estátuas sobre glorificação de Maria decora a fachada principal, as laterais externas do edifício e o interior.
Além da imagem de Nossa Senhora com o menino acima, nas laterais estão os principais Profetas que anunciaram o Messias no Antigo Testamento, como Davi, Isaías, Jeremias e Daniel.
A Basílica por dentro
O projeto de Longhena para a Basílica incluiu um círculo central e uma sala octogonal abaixo da cúpula.
Da sala octogonal existem oito salas secundárias com arcos idênticos, além da entrada e o presbitério com o coro.
Do grande espaço abaixo da cúpula central se abrem seis capelas laterais.
À direita da entrada principal estão o altar da Natividade de Nossa Senhora, da Assunção da Virgem com a pintura de Luca Giordano (1667) e o da Apresentação de Maria no Templo, também com a pintura de Luca Giordano (1674).
Depois da entrada da rotunda menor, estão o altar de Pentecostes, com pintura de Ticiano “A Descida do Espírito Santo” sobre os apóstolos, o altar com retábulo dedicado a Santo Antônio, atribuído a Pietro Liberi (1665) e o altar lateral com retábulo da Anunciação de Maria, atribuído também a Pietro Liberi (1674).
Na rotunda menor, está a preciosa e venerada imagem da Madona della Salute, a Mesopanditissa.
Altar-mor
O altar-mor impressiona por seu tamanho e pelo grupo de mármore de Le Court no topo.
A cena representa a Virgem com o Menino nos braços acima das nuvens com três crianças angelicais a seus pés, um anjo com uma tocha que afasta a peste (representada por uma mulher velha), que foge enquanto uma mulher ricamente adornada retrata a cidade de Veneza, ajoelhada em súplica aos pés da Madona.
No centro do altar está a imagem da Madona com o Menino, a Mesopanditissa, que decora o local desde novembro de 1670.
O piso com vários tipos de mármore também merece atenção.
O pavimento tem mármore branco de Carrara, Rosso Ammonitico de Verona e ardósia preta da Ligúria, entre outros.
Motivos florais decoram tanto a rosácea central como sua moldura, especialmente a rosa, flor de Nossa Senhora.
Mesopanditissa, a mediadora da paz
O ícone bizantino de Nossa Senhora veio da ilha de Cândia, atual Creta, na Grécia.
Foi o Doge Francesco Morosini que levou a imagem para Veneza como um presente no final da guerra da Cândia.
Os moradores da ilha, os candiotti, também chamavam o ícone de Madona de São Tito porque estava na catedral de São Tito desde 1387 e era considerada a padroeira da cidade.
Eles acreditavam que ela havia sido pintada por São Lucas, que a doou ao seu primeiro bispo.
O título de Mesopanditissa, que significa mediadora da paz, veio porque foi diante da imagem, em 1264, que venezianos e candiotti encerraram uma guerra de 60 anos.
No ícone, o rosto sombreado e os olhos penetrantes de Maria são de uma mãe que acolhe os filhos fiéis em sua presença.
“Ela segura o Filho de Deus em seus braços e o oferece à humanidade peregrina. A Mãe entrega o Filho, o Salvador e aquele que oferece a salvação. O Menino Jesus segura numa mão o livro do Apocalipse e com a outra abençoa: Ele é a Palavra, a Palavra de Deus que é fonte de bênção para quem o acolhe com fé”.
Em Veneza a imagem recebeu o título de Madona della Salute porque os venezianos atribuíram a ela o dom da saúde em sua recuperação da peste e a salvação que somente o Salvador, seu filho, é capaz de conceder.
O reconhecimento também está gravado no centro da Basílica na inscrição “Unde origo inde salus” (de Maria nasceu Veneza, de Maria veio a salvação).
Serviço
A Basílica de Santa Maria della Salute fica na Dorsoduro 1, 30123.
A entrada é gratuita.
No verão, de 1 de abril a 31 de outubro, o horário de funcionamento da Basílica é das 9h às 12h e das 15h às 17h30.
No inverno, de 1 de novembro a 31 de março, o horário é das 9h30 às 12h30 e das 15h às 17h30.
As missas ocorrem de segunda a sexta, às 16h.
No domingo e outros dias santos de preceito, as missas ocorrem às 11h.
Para visitar as obras da Sacristia o ingresso custa € 6.
O acesso à Cúpula custa € 8.
O valor do acesso à Sacristia e Pinacoteca é € 10.
Para subir na Balaustrada dos Profetas e ver as estátuas, o ingresso custa € 5.
Essa viagem foi realizada com a assessoria da Atlas Turismo.
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