O Gran Teatro La Fenice em Veneza
O Gran Teatro La Fenice não é apenas o principal teatro de ópera de Veneza.
É também um passeio para incluir no seu roteiro na cidade italiana.
Em português, La Fenice significa “a fênix”, criatura mitológica que renasce das cinzas em um ciclo contínuo de vida e morte.
O teatro também renasceu após dois incêndios, mas mantém sua beleza preservada depois de várias restaurações.
Neste post você vai saber como é a visita ao teatro onde Maria Callas se apresentou várias vezes e que hoje é a sede de uma importante temporada operística e do festival internacional de música contemporânea.
Um espaço que mantém a tradição da ópera italiana e toda a imponência de sua beleza.
História
Foi a Nobile Società dei palchettisti que resolveu construir o La Fenice, depois de perder o primeiro teatro para a família Venier.
O nome Gran Teatro La Fenice simbolizaria então a capacidade da Sociedade de renascer e continuar seus negócios.
Ou seja, o nome escolhido não tem nenhuma ligação com os incêndios, como se poderia imaginar, mas acabou sendo uma infeliz coincidência.
A obra do teatro ocorreu entre 1790 e 1792 a partir de um projeto de Giannantonio Selvae.
A apresentação inaugural foi a ópera “I giochi di Agrigento”, de Giovanni Paisiello.
Em 13 de dezembro de 1836, um aquecedor com defeito causou o primeiro incêndio que destruiu boa parte do teatro.
Mas a reconstrução aconteceu logo em seguida.
Os arquitetos Tommaso e Gian Battista Meduna realizaram a restauração, fazendo uma readaptação do projeto original.
Cem anos depois o La Fenice passou por uma nova restauração.
Porém, em 29 de janeiro de 1996, o teatro foi completamente destruído por outro incêndio.
Dessa vez o fogo foi intencional.
Para evitar punições contratuais por atraso no serviço, os eletricistas Enrico Carella e Massimiliano Marchetti provocaram o fogo.
Os dois foram condenados e passaram alguns anos na prisão.
Das cinzas à gloria
Na reconstrução o teatro adotou-se o lema “com’era, dov’era” (como era, onde estava), para representar a intenção de refazer o espaço fielmente no mesmo local e com a mesma estrutura de antes.
Foram oito anos de obras para o La Fenice renascer novamente das cinzas.
Finalmente em 14 de dezembro de 2003, um concerto dirigido pelo maestro italiano Riccardo Muti marcou a reinauguração do teatro.
Mas a história do teatro vai além e também se entrelaça com a de algumas famílias reais europeias.
O imperador da Áustria Francesco Giuseppe e sua esposa Sissi costumavam visitá-lo, encantados pela beleza do edifício.
O La Fenice também sediou o encontro entre Vítor Emanuel III e Elena de Montenegro, que se tornaria sua esposa, o que decidiu o futuro da monarquia italiana.
O Gran Teatro La Fenice
O La Fenice é considerado um dos mais belos da Itália.
E é mesmo um prédio deslumbrante.
Logo ao entrar nos deparamos com belas escadarias e grandes lustres.
Desde o revestimento das paredes até a decoração do átrio e foyer, tudo é ricamente ornado com predominância do dourado.
Vamos conhecendo a história, o significado e as curiosidades de cada espaço com o audioguia que cada visitante recebe ao comprar o ingresso.
Na hora da nossa visita estava acontecendo o ensaio de uma ópera, por isso não foi fomos autorizados a fotografar o palco, camarotes e plateia.
O lado bom é que tivemos o privilégio de ver um pouquinho de ópera no camarote real do Gran Teatro La Fenice de Veneza.
Mas o lugar é ainda mais lindo do que os espaços anteriores, com suas típicas poltronas de couro vermelho, galerias superiores com balaustradas douradas e um grandioso lustre central.
Além disso, também vimos o ensaio de uma dupla de musicistas para um concerto de piano e violino numa das Salas Apollinee, um conjunto de cinco salas num dos andares do teatro para eventos e apresentações.
Ópera
A visita ao La Fenice também nos faz ter contato com o mundo da ópera.
O teatro foi o local de estreia mundial de algumas das óperas mais famosas, como Rigoletto e La Traviata, de Verdi, Tancredi e Sigismondo, de Rossini, I Capuleti ei Montecchi, de Bellini, e Belisario e a Pia de’ Tolomei, de Donizzetti.
Até hoje o La Fenice tem um catálogo com várias apresentações de ópera ao longo do ano.
E desde a sua reabertura em 1° de janeiro de 2004, também acontece no teatro o Concerto de Ano Novo, que sempre termina com a ária “Libiamo ne ‘lieti calici”, da Traviata, de Giuseppe Verdi.
Ainda é possível visitar a mostra permanente sobre Maria Callas, na terceira fila de camarotes.
A soprano americana naturalizada italiana se apresentou no teatro várias vezes e a exposição registra seus anos de atividade em Veneza.
Loja
A loja do teatro tem uma vasta seleção de ópera e gravações das produções do La Fenice.
Estão à venda textos ilustrados sobre a história e reconstrução do teatro e uma seleção de volumes com conteúdo musical.
Também há itens de vestuário como camisetas, lenços e chapéus desenhados exclusivamente para o La Fenice.
A loja tem ainda produtos de papelaria, objetos e peças infantis, com reproduções de imagens e desenhos preservados no arquivo histórico do teatro.
Serviço
O Teatro La Fenice fica no Campo San Fantin, San Marco e abre todos os dias das 10h às 17h para visitação.
Não é necessário fazer reserva, basta adquirir os ingressos na bilheteira.
A loja funciona todos os dias das 9h30 às 18h e durante os espetáculos até ao intervalo.
Só é permitido tirar fotos no interior do teatro nos dias em que não há ensaios.
O preço do bilhete para visitar o prédio do La Fenice inclui um audioguia disponível em 10 idiomas, inclusive em português.
Também é possível fazer o download do app oficial do teatro disponível para Android e iOS.
O bilhete inclui ainda o acesso à exposição sobre Maria Callas.
O preço integral para visitar o teatro é € 12*.
O valor reduzido para visitantes com mais de 65 anos é de € 9.
Estudantes dos 7 aos 26 anos pagam € 7.
Crianças até os 6 anos não pagam.
Optamos pelo bilhete Family Pass, que tem um valor diferenciado para famílias com filhos de 7 a 18 anos.
Famílias com um filho pagam € 25, com dois filhos € 30, com três € 35 e com quatro filhos € 40.
*Valores de novembro de 2024.
Essa viagem foi realizada com a assessoria da Atlas Turismo.
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