O Museu de Arte Sacra de São Cristóvão, em Sergipe
O Museu de Arte Sacra de São Cristóvão, o MASSC, já demonstra toda sua importância antes mesmo de receber os visitantes.
É que o museu fica na ala da antiga Ordem Terceira do Convento de Santa Cruz (mais conhecido como Convento São Francisco), datado do século XVII, e anexo à Igreja de São Francisco.
Essas edificações históricas e outros prédios coloniais, igualmente importantes, rodeiam a Praça de São Francisco.
O complexo representa o período de união das coroas de Portugal e Espanha (1580-1640) e em 2010 foi declarado Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco.
Além disso, o MASSC está situado na primeira capital de Sergipe, que teve seu conjunto urbano tombado pelo Iphan.
Fundada em 1590, São Cristóvão é ainda a quarta cidade mais antiga do país.
Neste post, conheça essa importante atração de São Cristóvão e saiba porque vale a pena fazer esse bate e volta para conhecer a cidade, que está a 23 km de Aracaju.
O MASSC
O MASSC foi fundado em 1974 pelo então Arcebispo de Aracaju, Dom Luciano José Cabral Duarte.
Seu acervo reúne mais de 500 obras de arte sacra, com peças dos séculos XVIII e XIX de todo o estado.
Pela riqueza do seu patrimônio histórico, o MASSC é considerado um dos mais importantes museus de arte sacra do Brasil.
Museu de Arte Sacra de São Cristóvão
Museu de Arte Sacra de São Cristóvão – térreo
Logo na entrada do museu, uma imagem faz alusão à Irmã Dulce, a Santa Dulce dos pobres.
Ela viveu 19 meses em São Cristóvão, onde recebeu o hábito da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição.
Alusão à Santa Dulce
NO MASSC, a visita pode ser guiada e quem nos acompanhou foi a historiadora Vivian Souza.
Em seguida entramos na ala dedicada ao primeiro Bispo de Aracaju, Dom Tomaz Gomes da Silva.
São várias peças pessoais, como esse conjunto portátil com objetos litúrgicos que podiam ser transportado para a celebração das missas.
Há ainda móveis e paramentos utilizados pelos padres.
Obras atribuídas a José Teófilo de Jesus também decoram essa ala.
São imagens do século XIX que retratam Cristo e os evangelistas São Mateus e São Lucas.
Obras atribuídas a José Teófilo de Jesus
Na antiga sacristia, um belo móvel utilizado para guardar os paramentos usados pelos padres nas celebrações é decorado por uma coleção do Cristo crucificado.
As peças contam história desta representação desde a Idade Média.
Os visitantes aprendem que desde o século XVI, o Cristo crucificado é representado de três formas: vivo, agonizante e morto.
Até o século XIII, as imagens tem representações com os pés separados e com quatro cravos.
Depois com três cravos e os pés sobrepostos, geralmente o direito sobre o esquerdo.
Já a coroa de espinhos aparece desde o século XIII, de acordo com os registros divulgados no museu.
Capela do Convento
A visita segue pela capela do convento que, na minha opinião, é a parte mais bonita do museu.
Aqui se destacam as belas pinturas do teto do século XIX, atribuídas também a José Teófilo de Jesus.
Acima do altar vemos uma representação de Nossa Senhora da Conceição e na nave, o artista pintou a chegada de São Francisco de Assis aos céus.
Várias imagens decoram a capela, além de santos articulados usados nas procissões.
As peças tem cabelos de verdade para deixar as figuras mais realistas.
É possível ainda visitar uma área interna com alguns túmulos na parte de trás do convento.
1º Piso
Várias coleções de imagens sacras decoram o primeiro andar do museu, além de mobiliários e oratórios ricamente ornados e em bom estado de conservação.
Mas a imagem que mais chama atenção é a de São Severino, que tem de 15 a 17 cm.
O santo foi um rico cidadão romano que doou seus bens aos pobres e foi viver no deserto do Egito.
Ele ainda construiu várias igrejas e lutou contra os bárbaros.
A imagem do santo é tão pequena que fica protegida dentro de um compartimento, o que também facilita sua visualização.
Na sala Museu ao Tato, cegos e pessoas com baixa visão podem explorar a arte sacra com as mãos.
Vista externa
Das janelas que circulam todo o museu, temos vários pontos de vista do centro histórico de São Cristóvão.
Dá pra ver algumas das igrejas próximas, além da Praça de São Francisco.
A parte mais baixa e o rio que corta a cidade compõem a paisagem.
Vista interna
As janelas internas do museu também revelam surpresas.
Além do jardim, também temos vários ângulos da Capela do Convento.
Grandes janelas e balcões trabalhados em madeira embelezam ainda mais o templo.
Do primeiro andar conseguimos ver ainda a Igreja de São Francisco, que nesse dia não estava aberta à visitação.
Serviço:
O MASSC fica na Praça São Francisco e funciona de terça a domingo e feriados, das 10h às 16h.
O ingresso custa R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia*.
Crianças até 12 não pagam.
Idosos e professores pagam meia.
O pagamento pode ser via PIX e em dinheiro.
*Valores de Agosto de 2022
Como chegar a São Cristóvão:
De carro, o percurso é pela BR 101 ou pela rodovia João Bebe-Água. O trajeto dura em torno de 35 minutos.
É possível ir de ônibus saindo da Rodoviária Velha.
Pegue a linha número 713 – São Cristóvão / Centro via Osvaldo Aranha, ou um micro-ônibus que sai diariamente para São Cristóvão pela BR 101.
Na Rodoviária Nova, pegue o Itinerário 307 – São Cristóvão / Zona Oeste, via rodovia João Bebe Água.
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O Museu de Arte Sacra de São Cristóvão, em Sergipe
