Museu Cais do Sertão, em Recife
Uma homenagem ao Rei do Baião e à cultura sertaneja
“Minha vida é andar por este país
Pra ver se um dia descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras onde passei
Andando pelos sertões e dos amigos que lá deixei”.
(Vida de Viajante, Luiz Gonzaga)
Antes mesmo de chegar ao museu Cais do Sertão, em Recife, o cenário já é especial. O Marco Zero da cidade, o Centro de Artesanato, o bairro do Recife Antigo, a velha zona portuária revitalizada.
Todos os caminhos levam a esse lugar. E não são apenas os turistas que circulam por lá, os recifenses também frequentam o bairro que tem restaurantes, barzinhos, sorveterias, além de ser um dos pólos do carnaval pernambucano.
Fizemos até um post sobre uma de nossas visitas ao Recife Antigo que você confere aqui.
Mas dessa vez voltamos ao bairro a convite da Empresa de Turismo de Pernambuco, a Empetur, especialmente para conhecer o Museu Cais do Sertão e é essa experiência que vamos compartilhar agora.
Um cais de música, tradição e cultura do Sertão
Instalado numa área de 7.500m² no antigo armazém 10 do porto da cidade e revitalizado pelo projeto Porto Novo Recife, o Museu Cais do Sertão é uma celebração ao povo sertanejo e ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga.
O espaço funciona em dois módulos e no primeiro fica a exposição de longa duração. Logo na entrada encontramos peças da indumentária sertaneja e instrumentos que foram presenteados por Luiz Gonzaga a alguns amigos.
São verdadeiros tesouros, como lindas sanfonas, sandálias e casacos bordados. Não é por acaso que o espaço foi nomeado de “Jóias da Coroa”.
Antes de visitar a exposição propriamente dita, somos convidados a entrar na sala Sertão Mundo para ver o curta “Um dia no Sertão”, de Marcelo Gomes.
Um momento para se emocionar e mergulhar no universo proposto pelo museu.
O curta acaba com o acesso a exposição “Mundo do Sertão”, que está dividida em sete territórios temáticos: ocupar, viver, trabalhar, cantar, criar, crer e migrar.
Um rio e uma casa no Cais do Sertão
Toda a mostra do térreo é cortado pelo “Rio São Francisco” que, assim como na sua trajetória real, “serpenteia” pela mostra com peixes e pontes.
A “casa do transtempo”, um dos espaços da exposição, reproduz uma singela residência da zona rural, com objetos e fotos de um tempo em que Frei Damião viajava por todo o Nordeste.
São vários ambientes que remetem ao dia a dia do povo do Semiárido, desde os criativos brinquedos e ferramentas de trabalho a todas as peças da vestimenta do vaqueiro.
Em mais uma sala de audiovisual, vemos o curta “A Feira”, de Kleber Mendonça Filho.
Mais uma vez o cineasta pernambucano surpreende com seu olhar para o real.
De um lado da mostra, esculturas e instalações nos levam a imergir nos elementos sertanejos que vão da cultura à religiosidade.
Num ambiente espelhado vemos gravações de nós mesmos enquanto ouvimos vozes que sussurram os vários nomes que o diabo ganha no sertão.
Assustador? Engraçado? Desconcertante? Entre e tire suas próprias conclusões.
Conhecimento no Cais
Com tecnologia interativa, é possível escolher temas como bioma e arqueologia para conhecer mais desses territórios que não se limitam ao Nordeste, já que o Semiárido também está no norte de Minas Gerais.
Tudo isso com a beleza e poesia do trabalho de artistas que ajudam a contar as histórias do Sertão.
Enquanto a gente aprende sobre a origem arqueológica, vemos fósseis bem de pertinho na mostra.
Do outro lado da exposição, mergulhamos na vida e obra de Luiz Gonzaga.
Natural de Exu, no Sertão pernambucano, Seu Lua consagrou a música e a cultura nordestinas em todo o Brasil.
São chapéus, os instrumentos do trio nordestino – a sanfona, a zabumba e o triângulo, vídeos e claro, muita música.
Um traje do cangaço também faz parte do acervo.
Acompanhe mais da exposição no térreo no primeiro vídeo dessa visita, que também está disponível no nosso canal no Youtube.
No primeiro andar, mais surpresas. Aqui fica uma coleção com a discografia de Luiz Gonzaga.
E também um lugar para ouvir a história de gente de várias partes do sertão, com as lembranças e o significado que essa terra tem para quem vive nela.
São retratos de um povo.
Karaokê sertanejo no Cais
Ainda no primeiro andar, mais interatividade. As crianças adoraram as cabines onde podemos cantar sucessos do Gonzagão, com direito a gravação como se estivéssemos num estúdio de verdade.
São várias as salas-estúdio para você cantar nesse karaokê sertanejo.
Na sala de música, outra atividade imperdível.
Vale a pena esperar pela sessão onde aprendemos mais sobre a diversidade de ritmos nordestinos.
No final, tocamos de verdade (não sei como, rs) com os instrumentos que estão ali disponíveis para os visitantes.
O ritmo, como não poderia deixar de ser, forró autêntico e verdadeiro.
O segundo módulo do museu tem salas de exposição temporária, reserva técnica, auditório e outros espaços.
Nessa parte há um vão livre de 56 metros de extensão, recoberto por uma máscara de cobogó que remete a elementos como a renda, a terra e a caatinga.
E para esse mês tem novidade no museu. No dia 15 vai ser aberta a exposição da artista plástica Joana Lira.
Para nós, enquanto sertanejos nascidos no coração do Semiárido, visitar esse espaço foi especialmente emocionante.
Um museu, que além de um rico acervo, também tem uma localização privilegiada, com vista para o mar e para o Recife Antigo.
Tem mais um vídeo do museu, dessa vez do primeiro andar e com direito à cantoria no karaokê (contato para shows…, rs).
Serviço:
O Cais do Sertão funciona de terça a sexta, das 9h às 17h. Aos sábados e domingos o horário é das 13h às 17h, sempre com última entrada às 16h30. O museu fecha todas as segundas.
Os ingressos custam R$ 10 (inteira) R$ 5 (meia). O acesso é gratuito nas terças.
O endereço é rua Alfredo Lisboa, s/n. no Recife Antigo. Mas basta chegar ao Marco Zero e andar alguns metros. O museu fica bem ao lado do Centro de Artesanato, que também merece uma visita.
Nos despedimos desse espaço especial com um registro afetivo da pintura em tinta spray “Sol e Mar”, de Derlon Almeida.
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Guarde essa dica de passeio em Recife clicando no pin.
Gente, que coisa linda! Arrepiei lendo seu post. Que museu incrível! Ótima doca! Viva Luiz Gonzaga, viva a cultura popular brasileira!
Viva, Alessandra!
Também ficamos muito emocionados nesse museu, o acervo e a forma como ele está montado mexem com o nosso coração.
Quando for a Recife, não deixe de conhecer,
Obrigada por acompanhar a nossa família!
O Museu Cais do Sertão á absolutamente lindo! Adorei as fotos e seu relato, deu para sentir um pouco do passeio e conhecer o acervo! Com certeza seria um local para colocar no meu roteiro em uma viagem a Pernambuco.
Sem dúvida Mariana. Uma vez em Recife, não deixe de ir.
O museu já encanta a partir de sua localização e arquitetura. Quando a gente entra, fica ainda mais emocionado com o acervo e a forma como tudo foi organizado. Acredito que você vai gostar.
Obrigada por nos acompanhar!
O Museu Cais do Sertão é realmente um passeio imperdível em Recife!
E a criançada dá pra ver na cara deles que adoraram!
Obrigado por compartilhar com a gente, Fabíola!
E aproveito pra desejar um Feliz 2019 pra vcs!!
Disponha Bob, estamos aqui para dividir essas experiências em família pelo Brasil e pelo mundo.
Realmente as crianças gostaram bastante, no karaokê deram trabalho pra sair, rs. Foi muito educativo e divertido.
Um ótimo 2019 pra você também e obrigada pela visita!
Que incrível um museu do Sertão. Fiquei bastante curiosa para visitar. Me pareceu bem interativo né? Um excelente programa para quem viaja com crianças. Amei a dica.
Sim Tharsila, existem muitas plataformas em que você escolhe temas e o tipo de informação que quer ver, além das atividades promovidas, como a aula de ritmos nordestinos.
Foi um ótimo passeio em família, todos gostaram.
Obrigada por nos visita!
q demais esse museu, eu não tenho a minima noção dessa parte da história do brasil, so lembro alguma coisa que me falaram na escola. ta na hora de viajar pra aprender hein ahahahah
Pois é Angie, o Nordeste é o berço da história do começo do Brasil e Recife teve uma participação importante desse “início oficial”.
Sem falar de todas as belezas naturais de todo o estado, então de convido para fazer essa viagem. Aqui no blog tem muitas dicas sobre Pernambuco. Bora?
Obrigada por acompanhar a nossa família!