Vale do Catimbau, roteiro de dois dias
O Parque Nacional do Catimbau, ou simplesmente Vale do Catimbau, é um monumento exuberante da natureza localizado entre o Agreste e o Semiárido de Pernambuco.
Criado em 13 dezembro de 2002, o parque tem uma área de 62.294,14 hectares e abrange os municípios de Buíque, Ibimirim e Tupanatinga.
Um lugar monumental que começou a ser formado há 150 milhões de anos e reúne grandiosas formações geomorfológicas esculpidas pelo tempo, como chapadões, canyon e grutas.
O segundo maior parque arqueológico do Brasil e uma das 7 maravilhas de Pernambuco preserva mais de 100 sítios arqueológicos, artefatos e cemitérios pré-históricos, e pinturas rupestres estimadas em até 6 mil anos de idade.
Além de tudo isso, o Vale do Catimbau é também uma área de transição de três biomas: Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica.
O nome do Vale vem do tupi e significa “cachimbo pequeno apagado” ou prática de feitiçaria, catimbó.
Nesse post compartilhamos o nosso roteiro de dois dias no parque e na cidade de Buíque, acesso das principais trilhas.
Também tem dois vídeos sobre o passeio disponíveis no nosso canal no Youtube.
Confira todos a partir da primeira parte abaixo.
Dá o play, curte o vídeo e se inscreve no canal.
Vale do Catimbau – Dia 1
O parque possui 13 trilhas abertas aos visitantes, que devem contratar um guia para fazer os passeios.
Escolhemos seis trilhas com as principais atrações do Vale do Catimbau. Confira.
Manhã
Começamos a visita no Vale do Catimbau pela trilha do Canyon.
As atrações aqui são formações geomorfológicas como a pedra do cavalo marinho, do primata, pedra do gladiador, o jacaré, o coração e a tartaruga ou caramujo, dependendo da imaginação de cada um.
Nessa trilha já conseguimos contemplar a beleza monumental do parque a partir da vista do próprio canyon que dá nome ao percurso.
No passeio também passamos pela Toca do Veado, um dos sítios arqueológicos abertos à visitação no parque.
Em um abrigo sob rocha, vemos dois tipos de pinturas rupestres.
A pintura da tradição nordeste representa movimento e figuras zoomórficas, como a figura do veado desenhado na toca.
Na tradição agreste as ilustrações são abstratas.
Essa trilha tem um total de 3,5 Km de extensão com grau de dificuldade moderado.
A taxa de visitação custa R$10 por pessoa.
Trilha da Igrejinha
Seguimos de carro até a trilha da Igrejinha.
Esse percurso é o mais leve dentro do parque, são apenas 300 metros até uma formação que lembra a entrada de uma igreja medieval.
Porém o acesso por trás da rocha foi interditado pelo risco de uma pedra se soltar.
A trilha também leva a uma vista panorâmica do parque.
A taxa de visitação custa R$10 por pessoa.
Artistas
Cerca de 30 artistas vivem na área do Vale do Catimbau e um dos passeios é conhecer seus trabalhos.
No final da manhã visitamos o espaço de Zé Bezerra, que trabalha com madeira.
Em seguida, almoçamos num restaurante que funciona dentro do parque.
Tarde
Seguimos para outra área do parque que fica à 30 km da Vila do Catimbau.
São 23 km de asfalto e mais 7 km de estrada de chão até o estacionamento.
Depois tem um total de 4 km de caminhada (ida e volta) até a trilha da Alcobaça.
O nome é de origem Portuguesa e significa “terra de carneiros”.
Nesse sítio arqueológico visitamos um paredão que tem em média 60 metros de extensão, com pinturas da tradição agreste.
É o maior paredão de artes rupestres do país, que deu à região o título de “capital pernambucana de artes rupestres”.
Há também vestígios de fogueiras, buracos nas pedras que eram usados como pilão e um cemitério pré-histórico.
Dois indivíduos foram encontrados com sepultamentos primário e secundário de 840 a dois mil anos.
Essa trilha está a 800 metros de altitude em relação ao nível do mar e tem um grau de dificuldade moderado.
A taxa de visitação custa R$10 por pessoa.
Vale do Catimbau – Dia 2
Manhã
A programação no segundo dia no Vale do Catimbau começou pela trilha do Santuário.
Esse trajeto está a quase 940 metros em relação ao nível do mar.
A vista panorâmica dessa trilha é de 180 graus e é exuberante.
De um dos mirantes o visual é de várias formações areníticas como as torres gêmeas e o morro do chapéu.
No percurso, pedras furadas parecem janelas esculpidas pelo vento que emolduram a paisagem.
A caminhada nos leva para Vale da Lua, uma formação geológica que lembra uma arena.
São 7 km de ida e volta com grau de dificuldade moderado.
Para esse passeio, não há taxa de visitação.
Trilha do Chapadão
Encerramos a manhã na trilha do Chapadão.
O caminho nos leva até outra vista panorâmica de 180 graus para o Vale, num imenso paredão em forma de ferradura.
O local está a 960 metros em relação ao nível do mar e tem uma queda de 350 metros.
O total do percurso é de 2 km (ida e volta) e a trilha é leve.
A taxa de visitação é de R$10 por pessoa.
Tarde
Encerramos nosso roteiro no Vale do Catimbau na trilha das Torres.
O percurso é de subida e vai até as formações geológicas que lembram picos de pirâmides ou torres.
No caminho vemos outras formações como a pedra da tartaruga.
Nessa trilha temos mais uma bela vista panorâmica, dessa vez para a muralha da serra de Jerusalém.
Do alto, também temos um ponto de vista privilegiado da Pedra do Cachorro, um dos cartões-postais do parque.
No caminho de volta, uma surpresa para fechar a visita com mais uma preciosidade do Catimbau.
O Lapiais é um paredão multicolorido de rochas areníticas.
São aproximadamente 50 metros de extensão com uma pintura natural que lembra ondas de diversas cores.
É muito lindo!
O percurso total da trilha é de 2,5 km com nível de dificuldade moderado.
A taxa de visitação é de R$10 por pessoa.
Museu municipal de Buíque
Antes do retorno à Arcoverde, passamos pelo Museu de Buíque.
O prédio é a sede de duas instituições.
Além do Museu Eduardo José de Freitas, a Casa da Cultura Lenira Cursino de Freitas também funciona no local.
Logo na entrada, uma estátua de Frei Damião, que já esteve na cidade, recebe os visitantes.
O espaço está organizado em salas temáticas, como a sala da religião, e reúne artefatos, móveis, fotografias, moedas e documentos históricos de Buíque.
Na sala da pré-história o destaque é para a ossada de uma preguiça gigante que viveu entre 8 e 10 mil anos.
Os ossos foram encontrados numa escavação no Sítio Charco em 2009.
No mesmo espaço estão os restos mortais de uma mulher encontrada em 1969 no Parque Nacional do Catimbau e que viveu há 6 mil anos.
Os ossos estavam pintados de vermelho e são os mais antigos encontrados em Pernambuco.
Na sala dos escritores, o nome de Graciliano Ramos chama atenção.
O escritor alagoano viveu em Buíque ainda criança, de 1894 a 1900, e chegou a escrever sobre a cidade e seu povo no livro Infância, de 1945.
Serviço:
O Museu de Buíque fica na Praça Major França, 74, no Centro.
O horário de funcionamento é de 8h às 13h e de 14h às 17h, de segunda à sexta-feira.
Aos sábados o horário é de 8h às 12h e de 14h às 17h.
É possível agendar visitas de 19h às 21h.
O acesso é gratuito.
Serviço Vale do Catimbau:
Todas as trilhas foram guiadas por Hirandir Silva, guia nativo e com mais de 9 anos de experiência no Vale do Catimbau, credenciado pela Cadastur, Ministério do Turismo e Icmbio.
O valor da diária dos guias é de R$ 200, de 1 até 8 pessoas*.
Acima dessa quantidade, a taxa é de R$ 25 por pessoa extra.
50% do valor do guia é pago na reserva e os outros 50% no dia do passeio.
O Whatsapp do guia Hirandir é o 87 9916-7069.
Todas as trilhas pagas custam R$ 10 por pessoa.
A maioria das taxas é paga em espécie, por isso leve dinheiro.
Almoçamos no restaurante Toca do Vale, onde também é paga a taxa de entrada para a trilha das Torres.
A refeição custa R$ 25 por pessoa, com 1 tipo de carne e reposição à vontade.
Uma ótima opção de hospedagem é o Max Hotel, na cidade de Arcoverde.
*Valores de Agosto de 2023.
Como chegar:
Saindo de Recife, siga pela BR-232 até Arcoverde. São 252,9 km.
Em seguida percorra 27 km pela PE-270 até Buíque e depois mais 13 km para a Vila do Catimbau, principal acesso ao parque.
Todo o percurso até a entrada do parque é pavimentado.
Acompanhe mais roteiros em Pernambuco aqui no blog.
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