Largo da Gente Sergipana, cultura popular em Aracaju
O Largo da Gente Sergipana é uma das mais recentes atrações culturais de Aracaju.
A inauguração da instalação artística urbana aconteceu em 2018 e fica num píer com atracadouro no rio Sergipe, perto do Centro Histórico de Aracaju e em frente ao Museu da Gente Sergipana.
Além do belo cenário natural, as esculturas coloridas que compõem o Largo deixam o local ainda mais bonito.
São oito estátuas de sete metros de altura, em média, e mais uma representação do Barco de Fogo, com placas informativas em português, inglês, Braille e QR Code.
As esculturas que representam os folguedos da cultura popular do estado, foram criadas pelo escultor e artista plástico Tatti Moreno e a maioria é em em fibra de vidro e resina.
O Largo foi um presente em comemoração ao aniversário da capital sergipana.
A obra deixou a cidade mais bonita e se transformou em mais um cartão-postal de Aracaju.
Saiba tudo sobre essa atração gratuita na capital de Sergipe nesse post.
Largo da Gente Sergipana: Lambe-Sujo e Caboclinho
A escultura reúne dois personagens.
Os lambe-sujos levam esse nome pela tradição de pintar o corpo com carvão pisado e misturado ao cabaú, o melaço da cana.
Os integrantes se vestem com calções e gorros vermelhos e usam uma foice, um cachimbo ou uma chupeta.
Os caboclinhos são os indígenas.
Eles se vestem com saiotes de penas coloridas e cocar, arco e flechas.
Todos passam no corpo uma mistura de terra com água para deixar a pele com um tom avermelhado.
Os cortejos desse folguedo são tradicionais nos municípios de Itaporanga D’Ajuda e Laranjeiras.
Taieira
O folguedo tem influência africana, ligada ao culto nagô.
As Taieiras se apresentam em louvor à Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito nas festas dos seus Santos de devoção, no Natal para louvar o Menino Jesus, no Ano Novo e no dia dos Santos Reis.
Os brincantes usam blusa vermelha e saia branca enfeitada com laços de fitas coloridos e chapéus brancos adornados com fitas e flores vermelhas.
Para compor o traje, as Taieiras levam varetas de madeira forradas com papel colorido e decoradas com flores, ou ainda cestas enfeitadas com fitas e flores.
Se destacam os grupos dos municípios de Japaratuba, Lagarto e Laranjeiras, a mais antiga manifestação desse folguedo em Sergipe.
Barco de Fogo
A manifestação é tradicional do município de Estância e foi criada pelo fogueteiro Antônio Francisco da Silva Cardoso, o Chico Surdo, com primeiros registros no final da década de trinta.
O Barco de Fogo desliza sobre um arame de um lado a outro do rio Piauitinga com o impulso de foguetes.
A brincadeira se tornou atração nos festejos juninos do município de Estância.
Em 2003, o Barco de Fogo foi reconhecido Patrimônio Imaterial de Sergipe.
Largo da Gente Sergipana: São Gonçalo
São Gonçalo foi um frade franciscano que viveu na cidade de Amarante, em Portugal, no século XIII.
O santo é popular em Portugal e no Brasil, principalmente na zona rural, com registro do folguedo em louvor a São Gonçalo na Bahia, em 1718.
Como dança promesseira é intercalada por rimas de louvor e destinada a pagamentos de obrigações feitas ao santo.
Em Sergipe, existem grupos do folguedo nos municípios de Itaporanga D’Ajuda, Laranjeiras, Pião, Poço Verde, Riachão do Dantas, São Cristóvão e Simão Dias.
São Cristóvão, aliás, foi a primeira capital de Sergipe e tem um rico patrimônio histórico preservado.
Nós fomos lá registrar e contamos tudo em um post com vídeo aqui no blog.
Reisado
O Reisado é o folguedo mais representativo do ciclo natalino, principalmente no Nordeste.
A tradição de louvar o nascimento de Jesus com cantos, danças e visitas às casas dos moradores veio de Portugal.
Em outras regiões do país a louvação à Natividade recebe outros nomes como Folia de Reis, Boi de Reis e Terno de Reis.
Existem vários grupos do folguedo em Sergipe, como o de Laranjeiras.
Bacamarteiro
O bacamarteiro ou bacamartista é a denominação do militar integrante da infantaria do Exército Imperial Brasileiro na Guerra do Paraguai.
Esse soldado manuseava o bacamarte, uma arma de fogo de cano curto e largo, carregada com pólvora seca.
Com o fim da guerra, o bacamarte passou a ser utilizado para a defesa pessoal e da propriedade no interior do Nordeste e também no período junino.
A manifestação é realizada nos municípios de Capela, Carmópolis e General Maynard.
Largo da Gente Sergipana: Cacumbi
O folguedo é encontrado em vários municípios brasileiros como variantes de congos e congadas e com diferentes identificações, a exemplo de Ticumbi, Quicumbi ou Cucumbi.
Apenas homens se apresentam para louvar São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, vestidos de calça branca, camisa amarela e um chapéu decorado com fitas coloridas e espelhos.
As apresentações acontecem nas procissões de Bom Jesus dos Navegantes e no dia dos Santos Reis.
Existem grupos nos municípios de Itaporanga D’Ajuda, Japaratuba, Lagarto, Laranjeiras, Maruim e Riachuelo.
Chegança
O folguedo tem origem na luta entre cristãos e mouros e nas antigas tradições ibéricas, com inspiração nos romances que narravam aventuras marítimas.
No Brasil recebe nomes variados como Barca, Marujada, Fandango, Chegança de Marujos, Chegança de Mouros, Mourama ou Chegança.
Existem muitos grupos na história dos municípios de Aracaju, Divina Pastora, Itabaiana, Lagarto, Laranjeiras e São Cristóvão.
Parafuso
A história do Parafuso remete ao período colonial, quando os escravos se disfarçavam com as anáguas das sinhás para fugir para o quilombo.
Eles camuflavam o corpo com várias anáguas umas sobre as outras desde o pescoço, e pintavam o rosto com tabatinga, um barro branco, além de usar um chapéu em formato de cone.
Foi o vigário do município de Lagarto, o padre José Saraiva Salomão, que comparou o movimento dos brincantes ao de um parafuso por causa do rodopio no sentido anti-horário da coreografia, provocando a abertura das anáguas.
Serviço
O Largo fica na avenida Ivo do Prado, 398, no Centro de Aracaju.
O acesso é gratuito.
São apenas 8,4 km do Hotel do Sesc na Praia de Atalaia.
Aproveite para atravessar a avenida e visitar o Museu da Gente Sergipana, primeiro museu tecnológico e interativo do Norte e Nordeste.
O acesso é gratuito e aqui no blog tem post e vídeo com todas as informações.
Dá uma olhada também!
Numa manhã dá pra conhecer as duas atrações, já que o museu funciona de 10h às 15h, de terça a domingos.
E se estiver de carro, estacione no museu sem custo.
Acompanhe mais roteiros em Sergipe aqui no blog.
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