Passeio de trem no Paraná

De Curitiba à Morretes pela Serra do Mar

O passeio de trem no Paraná, entre Curitiba e Morretes, foi a nossa primeira escolha na mais recente viagem à capital do estado, dessa vez ao lado de colegas de trabalho, que não deixa de ser uma família também, né gente!

E o passeio realmente compensa, mas é preciso reservar um dia inteiro e curtir sem pressa, pois a ideia é contemplar a paisagem da Serra do Mar.

A saída é logo cedo do hotel, se você fechar com uma agência, ou direto da estação rodoferroviária de Curitiba, às 8h15.

Na estação recebemos a passagem com os assentos e vagão marcados, então não precisa se preocupar em correr para pegar um bom lugar.

Mas adianto que vai ter paisagem linda dos dois lados do trem, embora o lado esquerdo revele mais surpresas.

Em dias movimentados, como o do nosso passeio, até 1.200 passageiros fazem a viagem nos 24 vagões.

Ficamos no de número 18.

Na saída tem até uma “comissão de dar tchau”, isso mesmo, rs.

Alguns funcionários da estação ficam se despedindo dos passageiros para, segundo o nosso guia, desfazer a imagem de que o curitibano não é simpático.

“Faz parte da terapia”, disse o guia, rs.

Mas para mim os anfitriões foram muito receptivos.

 

Passeio de trem no Paraná – serviço de bordo e viagem

Logo no começo da viagem, ganhamos um kit de lanche, incluso no valor da passagem, que dá direito a uma caixinha com bolachas e uma água ou refrigerante a sua escolha.

Quem quiser bebida alcoólica ou alguma lembrança do trem vai poder comprar com vendedores que oferecem no próprio vagão.

A partir do trem temos uma visão diferente das cidades e com Curitiba não foi diferente.

Interessante ver o ritmo da capital paranaense a partir do deslizar sem pressa do trem.

O cenário urbano muda em pouco tempo, logo estamos em Pinhais.

Da janela vemos as primeiras araucárias, o pinheiro do Paraná que demora mais de 50 anos para crescer.

Aliás, o nome Curitiba vem do indígena Cueretuba, que significa “muito pinhão”.

Para falar da espécie, o guia nos mostra os frutos também usados na culinária.

Serra do Mar

A ferrovia,  inaugurada em 1885, entra mata adentro da floresta atlântica e a atmosfera se transforma.

São muitas paisagens da Serra do Mar emolduradas pela janela do trem.

É uma chuva de cliques, todo mundo quer registar o percurso, mas também há curiosidades.

Uma delas é uma chaminé dentro d’água.

Isso mesmo, a chaminé de uma antiga fábrica ficou no meio do lago Cariguava, que abastece Curitiba, depois que a água foi represada.

Como o trem não para pra gente tirar uma foto melhor, o registro ficou muito de longe da tal chaminé.

Durante a viagem, passamos por algumas construções e estações desativadas.

Uma pena, já que são prédios muito bonitos e que fazem parte da história do estado.

Outra surpresas do passeio é a cachoeira véu de noiva, entre serras e canyons.

Ponte São João

Continuamos subindo a Serra do Mar e chegamos à Ponte São João, que tem a altura de um prédio de 20 andares.

Esse é um daqueles ângulos que conseguimos ver o comecinho do trem e fazer aquela foto clássica.

A janela do túnel

Ao longo de toda a viagem passamos por 13 túneis, mas uma das curiosidades da viagem e que o nosso guia fez questão de enfatizar foi o túnel com janela.

E a vista, claro, é para a paisagem da serra.

A foto não ficou perfeita, mas dá pra ter a ideia da força da luz rompendo a escuridão do túnel.

Poderia ser a luz no fim do túnel, mas na verdade a claridade vem da lateral, rs.

Antes de chegarmos ao destino final, passamos por mais uma estação que também serve de parada e acampamento para quem faz trilha e outras aventuras.

A estação está dentro do Parque Estadual Marumbi, que também tem um nome indígena.

Marumbi significa “montanha azul”.

Ainda no trem, vemos de longe o nosso local de desembarque, a cidade histórica de Morretes, que fica há 70 km de Curitiba.

Mas o passeio não termina aí.

Vamos continuar a viagem, dessa vez de ônibus.

Parada para o almoço em Morretes

Na cidade de Morretes, desembarcamos do trem já na hora do almoço.

Até agora o passeio durou pouco mais de quatro horas.

Para a nossa refeição, o prato não poderia ser outro, o Barreado.

Os restaurantes ficam lotados de turistas que querem provar o cozido de nome curioso.

A comida é típica do litoral paranaense e é preparada com carne de segunda numa panela de barro.

O acompanhamento tradicional da iguaria é banana e farinha.

Quando o Barreado chega à mesa, o garçom nos ensina a finalizar a refeição.

Ele coloca bastante farinha, mistura e em poucos minutos o cozido vira uma pasta tão consistente que se a gente virar na cabeça de outra pessoa, a comida não cai do prato.

É claro que ele faz o teste surpresa na cabeça de algum desavisado, matando o turista de susto, kkkkk!

Se o Barreado não for a sua praia, não se preocupe, tem outras opções durante o almoço.

Além do famoso prato, eles também servem peixe e camarão na mesma refeição.

Isso significa que depois de renovar as energias, temos que dar uma volta na cidade para fazer a digestão, rs.

A cidade de Morretes, fundada em 1721, é cortada pelo rio Nhundiaquara e tem uma ponte metálica de 1912.

As ruas  do lugar ficam repletas de turistas que desembarcam de trem ou vem pelas trilhas ou de carro mesmo.

Além de muitas lojinhas e restaurantes, o centro fica tomado por uma feirinha que vende produtos artesanais, inclusive doces.

Mas se você quer comprar guloseimas com o preço mais em conta, espere a próxima parada.

Passeio de trem no Paraná – Antonina, doces e um braço do mar

Saindo de Morretes, seguimos para Antonina.

São menos de 20 minutos até chegarmos a uma fábrica artesanal de balas de banana.

O lugar é pequeno, mas repleto de doces deliciosos, além claro, da variedade de balas de banana.

A gente pode degustar, conhecer o processo de embalagem da bala e fazer aquela feirinha básica de doces.

Se você teve paciência e esperou para comprar agora, vai pegar um preço melhor dos produtos.

De volta ao passeio, vamos finalmente conhecer a cidade.

E logo na entrada, mais uma estação linda abandonada.

Um prejuízo para a memória do Paraná.

Antonina também é uma cidade histórica com primeiros os registros de povoamento datados de 1646 e fundação em 1714.

Chegamos ao ponto mais alto de Antonina, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, fundada em 1714.

A vista da igreja é privilegiada e dá para  parte da baía de Paranaguá, um braço do mar.

Antes de voltarmos para Curitiba ainda damos uma última parada para ver o cair da tarde em um dos mirantes da Estrada Graciosa.

Um passeio para desacelerar, respirar ar puro e contemplar a natureza.

Vale reservar um dia de sua viagem à Curitiba para experimentar.

Serviço 

O bilhete de trem de Curitiba à Morretes com serviço turístico, que dá direito serviço de bordo com 1 água ou 1 refrigerante, o kit lanche e o guia (em português) sai por R$ 119 para adultos, R$ 92 para idosos e R$ 82 para crianças de 6 a 12 anos.

Os ingressos de adulto podem ser comprados no site da empresa que faz as viagens.

Caso queira fechar com uma agência para sair do hotel e fazer o passeio completo, com o transfer de volta, o valor depende de cada pacote oferecido, com preços a partir de R$ 269 por pessoa.

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